
Biblioteca Municipal de Portimão celebra 32º aniversário com “Sorriso”

Na comemoração do 32ª aniversário da Biblioteca Municipal de Portimão, trazemos até si “Sorriso”, um espetáculo poético sobre amor e recordações.
Como se escreve uma história de amor, um amor que perdura no tempo, preenche uma vida até ao seu crepúsculo e que nunca acaba para aquele que recorda o passado?
Esta história de amor não se inspira na morte heroica de Romeu e Julieta, mas sim na vida comum de um velho casal para quem o amor se consumou numa vida de sorrisos.
A morte de um assombra a solidão do outro. Uma solidão cuja força das lembranças dá vida a fantasmas que não desistem de amar os que ficam, zelosos anjos de guarda, invisíveis amantes cujos beijos são feitos de vento.
O que partiu está ausente, porém a sua alma acompanha o que ficou, habita o ar daquele que o amou, aguarda o reencontro sabendo que a vida continua – só para quem está entre nós?
A solidão e o envelhecimento são um tema recorrente nas peças do Teatro Só. Porém, as personagens não são tocadas pelo desespero, mas sim pela reflexão dos gestos e pela gratidão da memória. A palavra “recordação” vem do francês “recour” (re-coração). Recordar é isso: fazer passar pelo coração, uma e outra vez…
O Teatro Só é uma companhia de teatro portuguesa sediada em Odemira (e com ligações também à Alemanha), que desenvolve um trabalho multidisciplinar, relacionando técnica de máscara, teatro físico, artes circenses e artes plásticas.
Todas estas componentes convergem para um teatro imagético, mudo, visualmente poético em que a comunicação entre os atores e o público converge para a potência do gesto.
Os temas em cena tocam diretamente os estigmas sociais, transversais a diversas culturas e gerações, nos quais o público é testemunha de si mesmo, não pelo uso da palavra, mas pela poesia visual e linguagem emocional do corpo.
Esta aparente modéstia do teatro só salienta a própria simplicidade da condição humana, uma fragilidade radical que qualquer um está qualificado para sentir independentemente da nação, da religião ou da condição social.
Encenação e Dramarturgia: Sérgio Fernandes, Atores: Ana Gabriel e Sérgio Fernandes
Destinatários: público em geral